APAE TRÊS DE MAIO: CER II entrega mais de 600 aparelhos auditivos em 2021

Em funcionamento desde maio de 2019, o Centro Especializado em Reabilitação Intelectual e Auditiva (CER II), mantido pela Apae de Três de Maio, é hoje referência para 17 municípios da região.

 

Em 2021, conforme o coordenador do CER II, Leandro Steiger, foram entregues 602 aparelhos auditivos para 312 pessoas, totalmente gratuitos, via Sistema Único de Saúde (SUS). Já o número de atendimento na área da audiologia, no último ano, foi de aproximadamente dois mil.

 

O comerciante Arno Cancian, de 68 anos, faz parte destes números. Na quarta-feira, dia 26 de janeiro, ele veio até a instituição retirar seus dois aparelhos auditivos. Morador de Tuparendi, ele conta que já estava há algum tempo apresentando dificuldades para ouvir.

 

“Cresci no interior, trabalhando com equipamentos que emitiam ruído forte, como motor para fazer ração, e mais tarde também trabalhei com trator e automotriz, e o som que eles emitiam foi prejudicando minha audição, já que naquela época não usávamos proteção. Mas, agora, com os aparelhos, a expectativa é ouvir melhor. Aqui no CER II tive um atendimento excelente. Só tenho a agradecer”, comemorou Cancian.

 

Como o paciente chega até o CER II?

O paciente chega ao CER II encaminhado pela Unidade Básica de Saúde de sua referência. Na sequência, é realizada a entrevista inicial com o fonoaudiólogo, que verifica se as orelhas estão em condições da realização dos exames audiológicos, como o conduto auditivo desobstruído. Se houver algum quadro infeccioso, o paciente é orientado a consultar com médico otorrinolaringologista.

 

As fonoaudiólogas Dandara de Magalhães Santos e Tiélen Waldow, que atuam no CER II da Apae de Três de Maio, explicam que realizam os exames de rotina imitanciometria, audiometria tonal e logoaudiometria, exames estes que informam o tipo, grau e o prejuízo que a perda auditiva já tem trazido ao sistema auditivo do paciente.

 

“Também realizamos neste atendimento a medida das orelhas, através da pré-moldagem, que será transformada no molde a ser acoplado ao aparelho auditivo. Desde o primeiro contato até receber os aparelhos, o paciente comparece ao serviço, em média, por quatro vezes. São apresentados aparelhos de duas marcas diferentes ao usuário, selecionados de acordo com a necessidade auditiva e estilo de vida do paciente, e feito um exame objetivo de análise do benefício da prótese auditiva nas orelhas do paciente e então a escolha da melhor opção para o caso”, dizem.

 

O próximo passo é a entrega dos aparelhos. Assim que recebem as próteses, são agendadas as consultas para as adaptações, momento em que a profissional configura os aparelhos, realiza orientações de manuseio e cuidados, agenda retorno para 15 dias de uso a fim de verificar o desempenho do usuário e, se há necessidade, de algum ajuste ou para sanar dúvidas.

 

Perfil dos pacientes atendidos é composto por idosos que atuaram na agricultura, metalúrgica e indústria por muitos anos 

Dandara e Tiélen destacam que o perfil do público atendido é bastante amplo, desde crianças até idosos. “Contudo, há um predomínio de pessoas idosas que atuaram na agricultura, metalúrgica e indústria por muitos anos, época em que não havia o conhecimento dos prejuízos que a exposição ao ruído causa à audição e que não se fazia o uso de protetores auriculares para o manejo do maquinário mais rústico e ruidoso do que os atuais”, complementam.

 

Além disso, na entrevista inicial, quando o paciente é questionado sobre a principal dificuldade, as profissionais revelam que a queixa mais referida é ‘escuto, mas não entendo’, o que é relacionado ao tempo que possuem a perda auditiva e a privação de informações auditivas importantes para o cérebro. Outra queixa frequente é o zumbido, principalmente em quem trabalhou exposto a ruído intenso sem proteção auditiva.

 

As fonoaudiólogas ressaltam que, infelizmente, ainda há pouco conhecimento da população referente a influência da audição no funcionamento das habilidades do cérebro, pois o sistema auditivo está diretamente ligado a compreensão, memória e equilíbrio. “É importante a conscientização de que quanto mais cedo corrigir o som e receber estímulos, mais fácil é a adaptação aos aparelhos e para as funções cognitivas. Na nossa rotina, muitos chegam com perdas auditivas com grau acentuado (moderadamente severo ou severo), apresentando bastante dificuldade na socialização e na compreensão da fala.”

 

Pela portaria do SUS, pessoas com perda auditiva de grau leve não são candidatas ao uso de aparelhos. Caso o usuário não apresente significativas dificuldades na socialização e ainda não possua o desejo de fazer uso, ficará em acompanhamento anual. Mas, se houver piora da configuração da perda auditiva ou reconhecimento da fala, há o reforço da importância do uso das próteses para evitar prejuízos à audição.

 

Maioria dos pacientes apresenta perda auditiva bilateral 

“São raros os casos de perdas auditivas unilaterais, isto é, em uma orelha só. Na maioria dos casos, a perda auditiva é nas duas orelhas. Quando há perda auditiva bilateral é essencial que a protetização seja em ambas as orelhas, pelo fato de que nosso sistema auditivo necessita das informações de ambos os lados para que o cérebro consiga ter melhor localização da fonte sonora, melhor entendimento das palavras em ambientes ruidoso, equilíbrio e melhor reconhecimento de fala. Ouvimos com as duas orelhas, então é necessário que se faça uso de aparelhos nas duas orelhas, pois necessitamos estimular o cérebro como um todo”, explicam as fonoaudiólogas.

Fonte: APAE TRÊS DE MAIO - FEAPAES RS
Cadastrada em: 03/02/2022 14:43:29
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